Foi com surpresa que Mario Vargas Llosa recebeu a notícia que tinha sido ele o escolhido para Nobel da literatura, este ano. "Não sabia que estava, sequer, entre os candidatos", afirmou. Eterno candidato ao prémio mais importante da literatura, já não acreditava que o viesse a receber. Autor de uma vasta e aclamada obra, Vargas Llosa é um autor que baseia as suas narrativas na realidade e na sua vida atribulada. A sua ficção é a sua vida e os seus tempos. Distinguido, já, com quase todos os grandes prémios literários, incluindo o Prémio Cervantes, em 1994, só lhe faltava o Nobel para atingir o máximo a que um escritor pode aspirar.
Homem polémico, começa por ser um fervoroso lutador por causas da "esquerda", tendo vindo a abraçar, nos últimos anos, os ideais liberais, claramente de direita. Também por isto, corta relações com o seu grande amigo, e também Prémio Nobel, Gabriel Garcia Marquez. Esta zanga parece ter sido atenuada com a presente distinção da Academia Sueca: Gabriel Garcia Marquez foi dos primeiros a escrever-lhe (curiosamente através do twitter). "Cuentas Iguales", escreveu, pretendendo dizer que agora estavam ao mesmo nível.
Mesmo com estas polémicas, o Prémio Nobel atribuído a Llosa foi consensual. A sua vasta obra e a consagração por parte do público não deixam lugar a dúvidas.