06/10/2011

Prémio Nobel da Literatura 2011


A ÁRVORE E A NUVEM

Uma árvore anda de aqui para ali sob a chuva,


com pressa, ante nós, derramando-se na cinza.


Leva um recado. Da chuva arranca vida


como um melro ante um jardim de fruta.

Quando a chuva cessa, detém-se a árvore.


Vislumbramo-la direita, quieta em noites claras,


à espera, como nós, do instante


em que flocos de neve floresçam no espaço.

(1962)


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